quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Reflexões sobre a Eleição do Conselho Estadual de Cultura


Reflexões sobre Eleições para o Conselho Estadual de Cultura

Anderson Flores
Professor na UNEMAT e
Membro do Teatro Experimental de Alta Floresta

O setor cultural de Mato Grosso passa agora no final deste ano de 2008 um importante momento com a eleição dos Conselheiros do Conselho Estadual de Cultura. Um dos papéis do Conselho é de “selecionar os projetos a receberem recursos do Fundo de Fomento a Cultura”. Essa na verdade tem sido a única ação desenvolvida pelo conselho, historicamente falando. Não é de hoje também que em vários encontros da categoria artística existe o anseio de que o conselho, por ter os eleitos da categoria, sejam os fomentadores da discussão de políticas públicas de cultura, obviamente em conjunto com a Secretaria de Estado, Ministério, Conselhos Municipais, e outras instituições afins. O Estado tem alguns desafios na área cultural. Por exemplo, no interior das próprias categorias da sociedade civil da área artística existe o desafio de distribuir as vagas no Conselho, por exemplo. Após a importante conquista da paridade entre sociedade civil e estado (e não foi fácil!), temos ainda uma luta, talvez mais difícil já que cada dia mais as características de individualidade e egoísmo da pós-modernidade se instalam entre nós, que é fazer com que tenha no conselho a maior distribuição regional possível, ou seja, termos conselheiros de todas as regiões do estado. Nessa perspectiva, seria preciso aumentar o número de conselheiros para doze (12), já que é esse o número de pólos, de acordo com a Secretaria de Cultura do Estado e, cada pólo elegesse o seu titular e seu suplente. Mas isso não interessa a todos, alguns poucos discutem essa possibilidade, a maioria se concentra em articulações para eleger o maior número de conselheiros possível e levar bastante “votos” que comumente são chamados de delegados, eleitos nos pólos. Geralmente as conversas se concentram em épocas de eleição. Vale aqui, no momento, a regra conservadora: “Quem leva mais no ‘cabresto’, leva o cargo” e suas benesses, fazendo com que seja verdade ainda que a cultura é a expressão e reprodução do sistema vigente.Na perspectiva para mudar a característica da cultura enquanto reprodução para a reflexão e questionamento do sistema vigente (mesmo que seja somente esse sistema eleitoral do próprio Conselho da categoria), é que entendemos que o Conselho Estadual de Cultura possa servir de elemento que produza orientações para os Conselhos Municipais de Cultura e mesmo aos organismos gestores de cultura nos municípios e de repente no próprio estado.Compreendemos ainda que não é possível esse avanço que desejamos se não tomarmos como prioridade a realização de uma espécie de Censo da Cultura, ou ainda melhor, um diagnóstico do setor cultural em todo o estado, contemplando além do cadastro de artistas e suas categorias a dinâmica cultural de cada lugar, de cada pólo, com a sua ampla divulgação. Talvez somente esse mecanismo possa subsidiar de forma mais justa a elaboração de políticas públicas na área. Isso pode evitar inclusive o desconforto, de mesmo sem conhecer, dizer que um lugar do Estado é menos desenvolvido que o outro (quem está no meio artístico sabe o quanto de sandice se ouve neste sentido).Por fim, reconhecemos que o Conselho Estadual de Cultura é um mecanismo importante, dentro do atual sistema, para a democratização cultural do estado. Contudo, pensamos que é preciso avançar nos métodos e nos objetivos na própria categoria artístico-cultural e entre esta e governo, para que o “todos” do slogan do Governo Federal e “iguais” da constituição não sejam “todos os poucos” beneficiados pelas políticas e verbas públicas e a igualdade entre iguais.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Alta Floresta Conhece Mais Escritores pelo Concurso de Poesias
26/11/2008
Alta Floresta Conhece Mais Escritores pelo Concurso de PoesiasAconteceu Lançamentos do Caderno Poético e Mistura Literária e a revelação do Resultado do Concurso Anual de Poesias no dia 25/11 no Teatro Oficina.Aconteceu no dia 25 de novembro nas dependências do Teatro Oficina em Alta Floresta o Lançamento do Caderno Poético, do Folheto Mistura Literária e a revelação dos ganhadores do Concurso Anual de Poesias, organizados pelo Departamento de Cultura de Alta Floresta. O evento contou com a participação das Escolas JVCJr, Geny Silvério e Estudantes da UNEMAT, além do público geral.O Caderno Poético revela o resultado do concurso e publica outras poesias que concorreram. Foram publicadas cerca de 50 poesias de diversos autores, de mais de 150 que se inscreveram. Segunda Cássia, uma das avaliadoras do Concurso, disse que este ano foi muito difícil escolher as poesias, pois o nível estava muito bom e que já dá para ver o resultado do trabalho que começou em 2005 com o Concurso.O Folheto Mistura Literária surgiu nesse bojo de ricas atividades da área da literatura para revelar artistas locais e provocar o acesso com outros autores, especialmente do Mato Grosso. Como já aconteceu este ano que participaram do Folheto Roberto Boaventura, de Cuiabá e Amauri Tangará, de Chapada dos Guimarães. De Alta Floresta participaram os seguintes autores: Beatriz Tereza Finimundy, Iberê Martí, Carlos Alberto de Lima, Sidney da Silva Chaves, Ribamar Carvalho, Paulo Roberto Paulinho, Virgínia Neves Salles, Agostinho Bizinoto, Anderson Flores, Dalva Lelis de Oliveira e José Mendonça da Silva. Segundo Ronaldo Adriano, Coordenador de Cultura, “essas ações devem ser articuladas futuramente no Plano do Livro e Leitura do Município, que deve acontecer de forma articulada entre os setores públicos da cultura e da educação”. Anderson Flores, avaliador do Concurso e Professor na UNEMAT diz que “ o Folheto é então, mais do que um espaço com textos publicados ele está relacionado com o processo de reflexão sobre o fazer cultural, artístico ou não. Aliás, mesmo a nossa “arte” passa por determinações sociais importantíssimas e que deve ser sempre revelada e desvelada”.Foram entregues no concurso o total de 1450 Reais em livros para os vencedores nas quatro (4) categorias. Ao final do evento todos receberam um exemplar do Caderno Poético e um Folheto Mistura Literária.Para mais informações contatar pelos fones (66) 3903 1255 ou (66) 8401 6657, ou pelos e-mails: ronaldoadrianofl@hotmail.com, andersonknox@yahoo.com.br . Confira abaixo os vencedores do Concurso Anual de Poesias:
ESTUDANTE ENSINO FUNDAMENTAL
1º Lugar: Poesia: As Férias da Mãe Natureza - Autor: Brenda Gomes Mariotti
2º Lugar:Poesia: Morena Flor - Autor: Adriele Jesus dos Reis
ESTUDANTE ENSINO MÉDIO
1º Lugar:Poesia: Garota - Autor: Vanessa Gonçalves de Camargo
2º Lugar:Poesia: Amor - Autor: Elis Regina Minikowski
ESTUDANTE ENSINO SUPERIOR
1º Lugar: UNEMAT Poesia: Mentes Invisíveis - Autor: Iberê Martí
2º Lugar:UNIFLOR Poesia: Desejos - Autor: Eliane Santana
ARTISTAS NÃO-ESTUDANTE
1º Lugar:Poesia: Divina Beleza - Autor: Eduardo Oliveira Alves
2º Lugar:Poesia:Um Bom Menino - Autor: Ribamar Carvalho
Para mais Informações pelos telefones (66) 3903 1255 e (66) 8401 6657.

Eleições para o Conselho Estadual de Cultura


No dia 13 de dezembro serão eleitos em Cuiabá os novos membros do Conselho Estadual de Cultura, o conselho é formado por 10 titulares, sendo cinco escolhidos entre os artistas e produtores culturais e outros cinco que representam o Poder Público, indicados pelo Governo do Estado. Neste ano a eleição dos representantes do setor cultural vem acompanhada de um debate um pouco diferente dos dois últimos pleitos.Em 2004, mesmo diante de várias manifestações por parte de artistas de cidades do interior quatro dos eleitos eram representantes da capital. E, como conseqüência dos calorosos debates de então o Conselho passou a ter cinco representantes da classe, o que fora um avanço. No pleito seguinte, 2006, motivados ainda pelo calor dos debates do pleito anterior houve uma grande articulação dos membros do Fórum de Políticas Públicas de Cultura (que passou a ser chamado de “fórum do interior”) e todos os conselheiros por parte da sociedade civil foram do interior.Ainda em 2004 Alta Floresta manifestou-se contrária a permanência de dois fóruns de cultura, sustentada principalmente no notório interesse de reivindicarem pra si o “posto de apontar” as ações “acertadas” para o desenvolvimento de políticas públicas de cultura para Mato Grosso, pois, para nós, esta polaridade não poderia ser benéfica num estado onde as diferenças ou diversidade (tão em voga nos debates) chega a ser imperativa. Mato Grosso é um estado onde boa parte de sua população é formada por pessoas vindas de diferentes regiões brasileiras, o que se configura num grande obstáculo para um Conselho formado apenas por pessoas da capital ou do interior traçar ações de políticas públicas condizentes com as realidades.Nestes quatro anos pudemos perceber que o setor cultural de Mato Grosso não teve ações acertadas no que diz respeito a alimentação desta ruptura (ou construção de uma espécie de abismo entre a capital e o interior), enfraqueceu-se o Conselho e muito pouco, ou nada, foi feito para melhorar o setor da cultura. Foram dois mandatos sem conseguirmos ter um conselho que pudesse apresentar ao Estado um diagnóstico ou um mapa cultural do Estado. Não se sabe ao certo o quê se produz nesta ou naquela cidade. Ao contrário, o que vemos são discussões onde se mede a produção nas cidades e regiões a partir de indivíduos (que as vezes nem se sabe em qual área atua) que eventualmente participa de encontros.Em alguns momentos chega-se até a taxar uma região como “menos desenvolvida culturalmente” do que a outra. Daí vem uma pergunta: como estabelecer políticas de cultura para todo o estado partindo do princípio de que onde é “mais desenvolvido” tem o poder de determina as coisas? Isso é, no mínimo, um contra-senso.Antes que a afirmativa do “maior desenvolvida” seja atribuída a gente da capital ou do interior, me antecipo a dizer que já há ouvi de ambos os “lados”.Diante dessas breves palavras externamos mais uma vez nossa concordância (já defendida por Alta Floresta e Pólo Cultural Norte no pleito de 2006) em se formar um conselho com produtores cultuais e artistas da Capital e do Interior, definidos pelo bom senso, garantindo a representação, pelo menos, das macro-regiões do Estado. Assim poderemos ter conselheiros que conheçam minimamente suas regiões e que poderão contribuir verdadeiramente para o crescimento dos setores cultural e artístico de nosso Estado.É preciso formarmos um conselho com pessoas de diferentes lugares, com diferentes experiências na produção cultural e artística, que consigam estabelecer debates e participar da formulação de políticas públicas de cultura que contemple as várias realidades do setor cultural e artístico do Estado. Sendo então determinante a escolha de pessoas que estejam engajadas com o processo de discussões do setor cultural em nível estadual, regional e localmente.Com esse pensamento e interesse em contribuir com a cultura mato-grossense, com todas as particularidades e realidades, tanto na valorização da identidade cultural fortemente presente na baixada cuiabana, quanto nos processos de formação identitária que “fervilham” nos mais diferentes municípios de nosso Estado, Alta Floresta e Peixoto de Azevedo propõe que o artista (das áreas de teatro e literatura), Anderson Flores, seja o representante da região norte na nova formação do Conselho Estadual de Cultura.Flores, além de ter participação efetiva em vários momentos importantes no debate cultural do Mato Grosso, tem grande conhecimento da realidade sócio-cultural do norte do estado, obtidos a partir de participação de entidades artístico-culturais, conselhos regionais, coordenação de cinco Seminários de Cultura (evento promovidos anualmente pelo Teatro Experimenta de Alta Floresta, evento que já contou com participação de pessoas de Cuiabá, representantes da Funarte, MinC, UFMT, UNEMAT, dentre outras instituições), articulação regional da Agendas 21 Local como representante da Rede nacional das Agendas 21 e participação de longa data em movimentos sociais com atuação local, estadual e nacionalSão delegados de Alta Floresta e Peixote de Azevedo.
Alta Floresta:
Anderson Flores (da literatura e teatro);Tim Benetti (cantor e compositor);Paulo Roberto Paulinho (artistas plástico e letrista);Elenor Cecon Júnior (ator);Maria Araújo (artista plástica);Ronaldo Adriano Freitas Lima (representante do Pólo para a compor a Comissão Eleitoral)
Peixote de Azevedo:
Joezer Ponciano de Jesus (teatro);Gerlan Pereira de Melo (Hip Hop);Wembleys Rodrigues de Souza (Capoeira).

Por: Por Ronaldo AdrianoArtista (Membro do Teatro Experimental de Alta Floresta)